As pétalas vermelhas gritavam, carpiam-se pelo verde de seus caules, mãos gélidas agarravam-nos, sugando-lhes a vida. A mais bela rosa jazia condenada, iluminava uma estrela caída. Seu brilho ignorado por insignificáveis ssntimentos, admirado pela dor, pelo tormento.
Deitas-te neste leito, pelo qual serás consumida, a fragilidade de teu corpo tomada de ti lentamente. Liberta serás, limpa das impurezas deste mundo. A dignidade, da mais pura doença, agora carregas. Trocaste teus suaves últimos suspiros pela juventude eterna.
Se respirar fosse possível, desejarias sentir eternamente um unico cheiro, o doce amadeirado do corpo daquele que nunca foi teu. Dormes na pureza, de um amor imaginado, um sonho nao realizado, um pecado de ti roubado.
Esquecida pelo tempo, abandonada com meras lembranças. De nada adiantam, tão sujas, negras, tomadas por falsas esperanças. A paixão de teus lábios jaz morta, fadada à eterna ignorância, que um beijo não pôde salvar.
Se no sombrio teu amor buscava respaldo, orgulhoso de ti agora deve estar, neste breu em que descansas o dia nunca mais há de te encontrar. Caminharás pelas sombras, sem capas, apenas a verdade que por tanto escondeste. Sem mais janelas quebradas, apenas as mais doces mágoas, acalentando tuas secas lágrimas.
Neste vazio, frio teu, ainda sorris. Caíste do mais alto céu, mas não possuis machucados, teu brilho está intacto, a beleza que o tempo não pode mais roubar. Evasora da vida, se estes espinhos teus dedos ferem, não temas, estão a te saudar. Um pacto eterno, de morte, de fim.
G.N.
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