sexta-feira, 3 de junho de 2011

Desculpe

Mais um texto retirado do mesmo antigo caderno, este foi escrito mais recentemente.
 Há quanto tempo não deito o lápis por estas páginas. Tão cheio de culpa deve estar o tempo, que amarelou as folhas de um outro caderno, o qual chamou-me tanto a atenção. Ouso escrever por estas linhas azuladas, sobre esta página rosada, mas rimas voltam a encher minha mente.
 Sinto como se as ideias não alcançassem-me, são levadas pela leve brisa dos pensamentos, junto com as frases belas, deixando apenas as pedras de palavras grosseiras e vazias. Temo ter deixado uma porta entreaberta para que fujam e deixem-me aqui com minhas frias antigas glórias.
 Forço as barreiras, arriscando algo tão completo, por algumas simples linhas. O vento torna-se uma ventania, embaçando e irritando a visão. Os passos já são mais largos, mas o caminho parece ainda mais longo.
 Cedo à vontade de desenhar, rolando o grafite em circulos infundados. Estes de nada parecessem-se com belas obras, não passam de rabiscos infantis de uma mente incapacitada. O dom de reescrever a realidade a partir de linhas junto à traços não me foi ofertado. Ainda assim, teimo em tentá-lo.

G.N.

"A glória só pode ser adquirida quando a ação é contínua"

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