Como uma simples fotografia destrói algo indestrutível para o tempo, como um coração suspira depois de tantos meses ofegante, como o simples transforma-se em algo tão doloroso, como o homem esnoba sua própria criação, às vezes, tão bom remédio.
De alguma forma, tudo está certo, ainda assim, parece errado. A cegueira que antes tomou aqueles olhos deixa de ser inimiga. O vazio da paz torna-se solidão. O coração já não sabe mais bater, senão agoniado. Começa uma busca incansável pelo desconhecido, este que possa substituir a antiga emoção.
Esta droga imposta, consumida involuntariamente, que age sobre o corpo, controlando-o, viciando-o. Dissimulada, seduz os mais ingênuos, leva-os à perdição. A sua abstinência leva à loucura, com dolorosas ilusões.
A mente ousa tentar fugir, agarra-se à razão. Mas o corpo jaz bêbado de taças de paixão, com as emoções aflorando como adagas pela pele fina. Não há mais nada a fazer, este maldito vício, chamado amor, já o consumiu.
Este pobre viciado, tem seus dias contados. Uma fenda se abrirá em seu peito, sugando-lhe a vida. Ele lutará, sufocará, seus sentimentos serão dilacerados. Mas logo, ele cairá novamente nas tentações desta excruciante droga, atiçado pela falsa esperança de palavras vazias.
G.N.
G.N.
Palavras são (foto)grafias. São imagens dos textos das nossas vidas. Mundo de dentro, mundo lá fora, infinita linguagem, sempre humanidade. Encontros, desencontros marcados, esperanças, luz e verbo, foto(grafias). Palavras vivas.
ResponderExcluirEstive por aqui. Gostei dos textos. Abraços.
Daniel Leite