sábado, 30 de abril de 2011

Realidade sonhada 2

  Algo considerado tão inalcansável, tão incrível e tão ilusionário para aquele ser - que tenta sobreviver naquilo que parece sufocá-lo, acorda-lo de pensamentos distantes, fazê-lo esconder o seu eu verdadeiro sob nuvens de falsa ordem, naquilo chamado vida real - torna-se uma rota de fuga, um caminho não percorrido, por onde apenas a mente passa, pois o chão não existe. Algo chamado sonho.
 Sonho deste, pertencente à realidade de outro, um alguém com vôos ainda mais altos, dono de um céu menos estrelado e de sentimentos mais frustados. Pois esta realidade tornou-se cinza, sem-graça, fácil. A alegria alimenta-se de conquistas, de superação, do impossivel. Esnoba o já pertencente, o já adquirido.
  A existência desta realidade sonhada é desconhecida, ocultada pelos incentivos de uma fútil, mas necessária busca. As ilusões da necessidade, criam a falta, o desespero e a própria necessidade. O céu torna-se inalcansável, suas estrelas são deixadas para trás, pois a luz destas é ofuscada pela escuridão do infinito.
  As oportunidades distinguem o sonho da realidade. A incapacidade de compartilhar estas, o mal nomeado egoísmo, é apenas o medo de perde-se, de cair. A raiva daqueles com vôos mais altos, a bem nomeada inveja, é o desejo de alcançar os sonhos destes, de conquista-los, de possuir suas realidades sonhadas.

G.N.

"Os dons vindos do céu são dádivas divinas, e suas consequências são dedicadas Àquele que as oferta."

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