quinta-feira, 5 de maio de 2011

Presa?

Acho que estou me libertando de meus grilhões. As correntes se dissolvem pouco a pouco com a ácida desilusão. A tua indiferença é a chave que solta meus pulsos desta dolorosa prisão. Talvez nem as fitas macias que primeiramente me enlaçaram possam mais me segurar, pois elas já não me importam tanto e tu as esqueces em descuido. É claro que ainda posso ver os talhos que essas algemas provocaram, e algumas ainda sangram frescas. Mas elas não doem como antes. Eu sinto o gosto da liberdade na ponta da língua, e o lado de fora do cativeiro reserva-me algumas esperanças, que, ainda que incertas, me motivam a sair. Vou soltar-me agora, então, esteja atento: Se me deixares ser livre desta vez, já não será possível prender-me novamente. Lembra-te de que sou pássaro, e tu cortaste minhas asas uma vez; Mas elas cresceram, e agora, se me der licença, eu vou voar.
C.B.

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